
Primeiro Arranha-Céu da América LatinaTudo começou em 1889. Chega no porto do Rio mais um navio com milhares de imigrantes italianos, mas, entre eles, um em especial: Giuseppe Martinelli. Com grande ambição, veio a se tornar um grande embargador do porto de Santos, mas isso definitivamente não era o suficiente para Martinelli, ele queria construir um patrimônio que seria para sempre lembrado e que abalasse a então pacata cidade de São Paulo, e pode-se dizer que ele conseguiu.
O ano era 1924. Começa a construção de um prédio, cujo projeto era ter 13 andares, o que já era um absurd

Nas obras, trabalhavam mais de 600 operários, 90 artesãos (entre eles italianos e espanhóis). Para cuidar do esmerado acabamento e da nobre fachada, foram chamados os irmãos Lacombe, que mais tarde fariam a entrada do túnel 9 de Julho.Quanto mais o prédio crescia, mais o encomendador acresentava andares, às vezes a pedido da própria população, e de 12 andares passou a 14, depois a 18 e em 1928 chegou a 20. Nessa época, o próprio Martinelli assumia o projeto arquitetônico, e não contente em fiscalizar diar

Quando o prédio atingiu finalmente 24 andares, foi embargado pela prefeitura e liberado só depois de uma vistoria completa feita por um comitê formado para averiguar a segurança do edifício. Liberaram a construção de apenas mais um andar, mas Martinelli, genioso como um bom italiano, fez no terraço do prédio a casa do comendador acrescentando em 5 andares e formando então um edifício de 30 andares. Se mudou para o teto, provando que era bem seguro.
Uma vez criado, Martinelli começou a vender seus apartamentos para as mais diversas atividades. Já foi sede de diversos partidos políticos, jornais e clubes de futebol como a Portuguesa e o Palestra Itália (atual S.E. Palmeiras) e na revolução de 1932, o terraço foi utilizado para instalação de baterias anti-aéreas contra os vermelhinhos que ameaçavam bombardear São Paulo a qualquer instante.
Porém, nem tudo foi um mar de rosas para o edifício e a história estava começando a mudar para pior. Em 1934 Giuseppe Martinelli passou por dificuldades financeiras e teve de vender alguns andares para uma financiadora do governo italiano, ficando assim, parte do prédio ao poder italiano, o que para um futuro presidente chamado Getúlio Vargas não seria nada agradável.
Com a entrada do Brasil na segunda guerra em agosto de 1942, Getúlio fez uma série de cercos contra os países inimigos e quem penaram foram os imigrantes. Assim sendo, o governo se apropriou do prédio, mudando até o seu nome para Edifício América.

Na década de 60 e 70, o prédio sofre um enorme abandono, marcando um início de uma grande marginalização no centro velho. O prédio que tinha o aluguel mais barato do centro serviu de cortiço para inúmeras famílias pobres, e acabou se tornando um centro de prostituição e venda de drogas, sendo considerado apenas uma favela vertical.
A coisa era realmente feia, qualquer pessoa com seus 40, 50 anos pode se lembrar do cabaré

O prédio, cada vez mais desvalorizado, não via outra saída à sua frente que não fosse a demolição, e isso provavelmente teria acontecido se não fosse a intervenção de um prefeito, Olavo Setúbal, que com a ajuda do exército desapropriou o prédio e começou uma série de reformas. Os setores hidráulico e elétrico foram totalmente reformados, a faxada recebeu um jateamento de areia e foi implantado um moderno sistema de prevenção de incêndio, transformando o prédio de novo em um dos mais seguros e modernos de São Paulo.
Atualmente o prédio abriga as Secretarias Municipais da Habitação e Planejamento, as empresas Emurb e Cohab-SP, a sede do Sindicato dos Bancários de SP e diversos estabelecimentos comerciais no prédio. Através do site oficial, pode-se agendar visitas e conhecer de perto a história desse prédio que viu São Paulo crescer de perto, e conhecer o terraço e sua bela vista panorâmica da cidade. Pode-se ver a Avenida São João do começo ao fim, o pico do Jaraguá

Para agendar a visita, é só entrar no link:
http://www.prediomartinelli.com.br/visitas.php
Rua Líbero Badaró, 504
Rua S. Bento, 405.
próximo a estação São Bento do metrô.
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